O conteúdo inclusivo é uma forma de ampliar sua audiência. Mais do que isso, ele leva suas ideias a pessoas com deficiências visuais e auditivas, e também daqueles que têm acesso limitado – ou nenhum – à internet.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), 6,5 milhões de pessoas apresentam deficiência visual severa no Brasil, sendo que 506 mil têm perda total da visão (0,3% da população) e 6 milhões, grande dificuldade para enxergar (3,2%).

Quanto aos deficientes auditivos, cerca de 5% da população é surda. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número representa 10 milhões de pessoas, sendo que 2,7 milhões não ouvem nada.

Um estudo realizado em março deste ano, pelo Instituto Locomotivas e pela empresa de consultoria PwC, mostrou que 33,9 milhões de pessoas não têm acesso à internet e outras 86,6 milhões não conseguem se conectar todos os dias.

Importante lembrar que além do conteúdo em si, é fundamental pensar no design da sua página, entre outros critérios, para colaborar com a acessibilidade digital.

Vamos descobrir como se faz conteúdo inclusivo?

Faça textos acessíveis

Pessoas com deficiência visual utilizam leitores de tela para terem acesso aos conteúdos na internet. O problema aqui é que o uso de hashtags, emojis e arrobas no meio do texto acaba dificultando a compreensão do texto.

Veja essas dicas práticas que vão evitar entraves na leitura:

– Evite usar arroba ou a letra X como recurso de linguagem neutra. Tente “todes” ou “todas e todos” ao invés de “tod@s” ou “todxs”;

– Priorize CTAs descritivas como “cadastre-se”, “assine a newsletter” no lugar de “clique aqui”, por exemplo;

– Coloque menções e hashtags no final do conteúdo e evite caracteres especiais e emojis;

– Evite criar conteúdos com frases e parágrafos longos, eles dificultam a leitura e o entendimento.

Quando falamos em acessibilidade, é importante lembrar que em todo o mundo ainda há um bom número de pessoas que utilizam internet 2G e 3G – 46% dos usuários, mais precisamente, de acordo com um relatório divulgado pela Strategy Analitics. Por isso, se você pretende tornar seu conteúdo inclusivo, é necessário verificar se as páginas do seu site ou blog carregam de forma rápida.

Descreva imagens no texto alternativo

As principais redes sociais (Instagram, Facebook, LinkedIn e Twitter) oferecem um texto alternativo para os seus posts, conhecido como Alt Text. Esse recurso promove a inclusão de deficientes visuais, por meio de leitores de tela, e aprimora a experiência do usuário. E, além disso, é um dos aspectos de imagens que mais contribuem para o SEO de um artigo, por exemplo.

O texto alternativo pode até ser criado automaticamente pelo app, mas o ideal é que você mesmo descreva a imagem com as suas palavras, uma forma de humanizar o texto. Evite repetir a legenda da imagem, que já vai ser lida, e evite descrições muito detalhadas. Foque no conteúdo central e no contexto da imagem.

Pense também nas outras imagens

Infográficos, gráficos e gifs também são importantes recursos de comunicação e não devem ser deixados de lado. No entanto, também precisam ser trabalhados para que se tornem inclusivos. Você pode descrever as imagens de forma detalhada, seja num texto logo abaixo da imagem ou na tag Alt Text, para que as pessoas saibam do que ela trata.

Descreva seus vídeos

Pessoas cegas ou com baixa visão também assistem vídeos, por isso o design inclusivo não pode se limitar às legendas. Uma alternativa é fazer a audiodescrição, que descreve as ações, a linguagem corporal, a ambientação, os figurinos e outros aspectos visuais.

Facilite a interação e a visualização do seu conteúdo

A acessibilidade do site é fundamental para tornar seu conteúdo inclusivo. Você pode pensar em usar botões maiores e um bom espaçamento entrelinhas. Aliás, um espaçamento maior é essencial para pessoas com dificuldades motoras. Isso facilita na hora selecionar partes do seu conteúdo ou para clicar em links.

Pense também em facilitar a visualização do conteúdo: tamanho da fonte, contraste com o plano de fundo, e ainda lembrar que as pessoas usam diferentes dispositivos e, portanto, o ideal é usar páginas responsivas que se adaptem a qualquer tamanho de tela.

Ah! Imagens em que as cores são importantes para a compreensão também devem ser descritas para que pessoas daltônicas ou com outros problemas de visão (como catarata, glaucoma ou baixa visão) entendam do que se trata o contexto.

Faça conteúdos simples, mas bem estruturados

Quando dizemos “simples”, não queremos dizer de baixa qualidade, mas sim conteúdo acessível, sem usar linguagem rebuscada ou termos complicados. Escreva como se você estivesse conversando com um amigo. Use frases e parágrafos curtos, com ordem direta, voz ativa e sem termos pouco usuais. Além de facilitar muito o entendimento, isso te aproxima do público e aumenta seu engajamento.

Outra boa conduta é usar títulos, intertítulos e bullet points, ou seja, organizar o conteúdo em tópicos, criando listas ou até enumerando as linhas. Isso torna a leitura mais simples e ágil!