Sem que ninguém previsse, fomos todos obrigados a nos adaptar a uma nova forma de trabalhar. Empresas ao redor do mundo foram obrigadas a adotar o home office e no Brasil não foi diferente.
Encarado com desconfiança antes da pandemia, ele se tornou a maneira mais segura de garantir os empregos e negócios. As companhias mais bem adaptadas ao formato estão nos Estados Unidos (18,2%), na Alemanha (17,6%) e no Reino Unido (17,1%). Os colaboradores dos três países estavam muito mais abertos a trabalhar de qualquer lugar, ainda que não oficialmente. Uma das principais características para essa diferença entre os funcionários é a cultura.
Conversando com alguns de nossos clientes, ouvimos depoimentos a respeito da dificuldade em adaptar processos ao mundo virtual causados pela da falta de preparação e estrutura para o trabalho remoto, além de uma cultura baseada no controle e comando, em vez de uma cultura baseada na entrega de resultados e performance. E pasmem, muitas delas possuem expertise digital.
Na COLONY, do ponto de vista profissional, o home office impactou nossa rotina de maneira positiva, já que nascemos com a cultura do trabalho remoto, sem que a ausência física reduza a qualidade das entregas ou prejudique convivência entre nossos pares e colegas de trabalho.
Foto de Water bottell no Pexels
Nossa crença é que, aumentar a qualidade do tempo dos nossos colaboradores, auxilia para reduzir desgastes na rotina da vida profissional. Afinal, quem é que não gosta de trabalhar de pijamas, aproveitar o tempo de deslocamento para dormir um pouquinho mais e flexibilizar seu horário para tratar assuntos pessoais?
Mas por que este novo modelo de trabalho impactou tanto algumas organizações? Nota-se que por mais flexível que algumas companhias sejam, é necessário estabelecer processos claros e funcionais, além de colaboradores autogerenciáveis para que o trabalho remoto não impacte o resultado da organização como um todo.
A grande questão é: Quando passar a necessidade do isolamento, as empresas adotarão o trabalho remoto?
Com a redução do custo fixo, o ganho na qualidade de vida e outros benefícios, acreditamos que muitas passarão a considerar um modelo de trabalho mais flexível, apesar de poucas estarem realmente prontas para adotar o home office 100% do tempo.
A Gartner revelou por meio de um estudo, que somente entre 7% e 18% das empresas, possuem a expertise digital necessária para a adoção de novas soluções que influenciem na rotina de trabalho. Segundo Saikat Chatterjee, diretor sênior de consultoria da Gartner,
estamos sendo forçados a participar do maior experimento de trabalho em casa do mundo e, até agora, não foi fácil para muitas organizações implementarem.
Ainda diante da pesquisa, pode-se dizer que até 2030 a demanda pelo trabalho remoto aumentará em 30%, para adaptação da geração que dará início no mercado profissional.
De acordo com nossa experiência, o home office pode funcionar até melhor, desde que:
- Processo de comunicação fluente entre a equipe, use e abuse de ferramentas;
- Segurança de dados corporativos;
- Regras, ferramentas e fluxos bem definidos que tornem todos os colaboradores iguais;
- O colaborador tenha senso de prioridade;
- Você tenha confiança e dê autonomia para as pessoas;
- Todos tenham bom-senso na gestão do tempo, não é necessário passar 8 horas sentados, mas é a qualidade da entrega que faz a diferença;
- Garantir que ninguém na empresa ou cliente seja impactado de maneira negativa;
- União: não é só apenas nas decisões importantes que trabalhar remotamente pode perder. É também o bate-papo no café, o vínculo com seus colegas de equipe. Isso pode resultar em distanciamento e desengajamento. Por isso, é importante ter um canal onde as pessoas possam compartilhar assuntos engraçados, suas falhas, rotina, assim a proximidade é incentivada, afinal, é muito mais fácil trabalhar com pessoas que você gosta.
A hora de mudar é agora! Então que tal começar a se preparar para estender para um formato de trabalho híbrido quando o isolamento acabar? Alguns pontos a serem considerados:
* Você pode contratar talentos que moram em qualquer lugar do planeta! Sua equipe poderá estar em qualquer lugar, morar na cidade que desejar, desde que tenha uma boa internet, a qualidade de vida pode se tornar um benefício oferecido pela organização;
* Pensando um pouco além, quando falamos em qualidade de vida para os funcionários, a organização pode mapear lugares com boa infraestrutura, escolas e uma distância razoável da sede para auxiliar os funcionários que queiram morar longe das grandes metrópoles. E quem sabe, até, fazer parceria com as prefeituras locais para busca de incentivos fiscais, já que estaria direcionando mais moradores para a cidade;
* Redução de custo fixo com escritórios menores que podem ser usados para reuniões, treinamentos;
* Economia de tempo de deslocamento.
Ficam aqui algumas perguntas que podem te auxiliar neste processo:
1. Como está a comunicação na empresa? Onde as discussões estão acontecendo e onde são tomadas as decisões?
2. Com trabalho remoto, os riscos de ataques aumentam, certifique-se de que os dados corporativos estejam blindados, traga o departamento de TI para discutir a melhor estratégia;
3. Alô gestores! Um dos segredos é que você ofereça diferentes tipos de suporte para a equipe, que vão desde o tecnológico ao pessoal, esteja disponível;
4. Reuniões de check point: reuniões rápidas e objetivas de status são fundamentais para manter a equipe alinhada;
5. A equipe tem características adequadas? Flexibilidade, excelentes habilidades de comunicação, autodisciplina e responsabilidade, devem compor o perfil de uma equipe remota. Se a sua não tem estas características, comece devagar, com um dia na semana em home office para testar, e incentive o desenvolvimento destas habilidades;
6. O trabalho remoto, de qualquer forma e formato, tem suas próprias vantagens e desvantagens, que são individuais para cada funcionário. Portanto, faça um mapeamento, pense em todos os impactos, eles vão além da organização, assim, você terá as informações necessárias para a tomada de decisão final.
Fonte: Gartner
